domingo, 25 de dezembro de 2022

Você vai perder a vida hoje?

“Não, de jeito nenhum, Deus me livre”. Essa talvez seja a resposta unânime à pergunta. 

Mas a gente pode nem ter mais vida e nem percebeu. 


A vida física é um fragmento muito pequeno para quem acredita na vida eterna ou em outras vidas. Pessoas que tem a espiritualidade bem desenvolvida, sejam religiosas ou não, tendem a crer que essa vida passa num piscar de olhos e que existe vida depois dessa. E que essa existência física determina, ou pelo menos contribui, para o nosso “encaixe” no próximo sistema de coisas. 


Mas a pergunta sobre perder a vida é interessante independentemente da existência de uma vida futura. 


Nós não podemos acrescentar dias à nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias. Ao dia de hoje, por exemplo. E a todos os dias.  


Significa saborear cada minuto em vez de apenas engolir. Mastigar até achar o verdadeiro sabor. E repartir com outros alguns desses momentos. Isso também ajuda a educar o paladar para entender o gosto das horas e dos dias. E enfim encontrar o gosto da vida. O gosto pela vida. 


Nada nasce em uma década, em anos, em meses. Tudo surge segundo a segundo, aos poucos. E o conjunto de todos os instantes é a vida. 


Perdemos a vida quando deixamos de apreciar a beleza dos instantes e queremos tudo pronto e acabado. Nem sempre tendo feito a nossa parte. 


Deixamos de melhor viver quando não percebemos o progresso, degrau a degrau, de cada coisa. Não enxergamos a nossa melhora e a dos outros. 


Perdemos tempo e energia quando comparamos alguns fatos da vida dos outros com os fatos da nossa vida. E julgamos que são felizes e nós não. Pensam geralmente o mesmo de nós. 


Encaremos a realidade de que a vida que os outros tem não serve pra gente. Talvez não sirva nem pra eles. O desenvolvimento real de uma sociedade acontece quando todos tem condições de vida digna. O resto é escolha de cada um. 


A música “Tocando em Frente" de Almir Sater e Renato Teixeira resume tudo isso: Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”. 

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