terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Bancária vítima das enchentes em São Paulo paga 144 reais por água e dois biscoitos



O lucro acima de tudo em um momento de tragédia 

É a prova irrefutável de que o capitalismo é a pior invenção de todos os tempos.


Eventos de motivação e treinamento para empresários repetem o lema do capitalismo:

Retirem a letra ‘s’ da palavra crise. Crie, transforme tragédias em oportunidades”. 


Para exemplificar citam uma empresa que lucrou e cresceu vendendo água mineral a valores estratosféricos num momento de erupção vulcânica. Pois é, aproveitou a oportunidade. 


Veem nisso um bom exemplo? 


A empresa privada, a propriedade privada, tudo que é privado propicia isso. 


Imagine uma forma de sociedade em que todas as empresas (comércio, indústria e outras) pertencessem ao povo, ou pelo menos ao povo da região onde estivessem instaladas.  


O povo permitiria lhe fosse cobrado 144 reais por 2 biscoitos e uma água mineral? 

O povo, tendo o poder de decidir democraticamente o preço das mercadorias, exploraria a si próprio?  


A chamada livre iniciativa, o livre mercado é que permite que tudo, absolutamente tudo, tenha dono.


E que o dono decida por quanto quer vender. 


Leia a matéria no globo.com

domingo, 25 de dezembro de 2022

Você vai perder a vida hoje?

“Não, de jeito nenhum, Deus me livre”. Essa talvez seja a resposta unânime à pergunta. 

Mas a gente pode nem ter mais vida e nem percebeu. 


A vida física é um fragmento muito pequeno para quem acredita na vida eterna ou em outras vidas. Pessoas que tem a espiritualidade bem desenvolvida, sejam religiosas ou não, tendem a crer que essa vida passa num piscar de olhos e que existe vida depois dessa. E que essa existência física determina, ou pelo menos contribui, para o nosso “encaixe” no próximo sistema de coisas. 


Mas a pergunta sobre perder a vida é interessante independentemente da existência de uma vida futura. 


Nós não podemos acrescentar dias à nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias. Ao dia de hoje, por exemplo. E a todos os dias.  


Significa saborear cada minuto em vez de apenas engolir. Mastigar até achar o verdadeiro sabor. E repartir com outros alguns desses momentos. Isso também ajuda a educar o paladar para entender o gosto das horas e dos dias. E enfim encontrar o gosto da vida. O gosto pela vida. 


Nada nasce em uma década, em anos, em meses. Tudo surge segundo a segundo, aos poucos. E o conjunto de todos os instantes é a vida. 


Perdemos a vida quando deixamos de apreciar a beleza dos instantes e queremos tudo pronto e acabado. Nem sempre tendo feito a nossa parte. 


Deixamos de melhor viver quando não percebemos o progresso, degrau a degrau, de cada coisa. Não enxergamos a nossa melhora e a dos outros. 


Perdemos tempo e energia quando comparamos alguns fatos da vida dos outros com os fatos da nossa vida. E julgamos que são felizes e nós não. Pensam geralmente o mesmo de nós. 


Encaremos a realidade de que a vida que os outros tem não serve pra gente. Talvez não sirva nem pra eles. O desenvolvimento real de uma sociedade acontece quando todos tem condições de vida digna. O resto é escolha de cada um. 


A música “Tocando em Frente" de Almir Sater e Renato Teixeira resume tudo isso: Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Pobres devem ser castrados?

Não faz muito tempo um político brasileiro afirmou na tribuna da câmara dos deputados que pobres deveriam ser proibidos de procriar. Complementou sua proposta afirmando que pessoas em situação de vulnerabilidade fazem filhos para receber benefícios sociais do governo. Não são poucas (50 milhões?) as pessoas que demonstram concordar com ele.  

É de fato alarmante ver famílias com muitos filhos pequenos povoando os viadutos das grandes cidades brasileiras. A palavra alarmante deriva de “alarme”. E alarme existe para mostrar que algo está errado. 

Brasileiros voltaram à situação de mendicância porque perderam o emprego, o meio de vida, a renda para comer e pagar o aluguel, e por consequência, a dignidade. É alarmante, mas é inegável, que o aumento da miséria seja um mecanismo do capitalismo. Quanto menor a oferta de oportunidades mais ameaçados ficam os trabalhadores. Aceitam qualquer coisa. As piores formas de ocupação, com salário de fome e sem quaisquer direitos trabalhistas.

 

Os pedintes nas calçadas lembram aos operários que devem fazer de tudo para manter o pouco que tem. “O mendigo amanhã poderá ser você”. 

Ouço 50 milhões de contra-argumentos “isso não é verdade, pedem esmolas porque não querem trabalhar”. 


Isso também seria alarmante, se fosse verdade. 


Quem pede esmolas tem uma existência miserável. É alguém que não tem nada. Nem mesmo a liberdade de usufruir de qualquer coisa, pois é pedinte e se algo tiver nada lhe dão. 

É uma denúncia contra o capitalismo reconhecer que é melhor ser pedinte do que trabalhar por um salário-mínimo.  


Ter o compromisso de deslocar-se à empresa do patrão o mês inteiro, dedicar-lhe as melhores horas do dia, os melhores anos da sua vida, vê-lo enriquecer e ostentar, enquanto você não tem nada.  


Não pode comprar um brinquedo para o seu filho, não pode pagar um curso, comprar um livro, fazer um passeio. Na verdade, nem pode ter filhos. Pois tem que dedicar todo o seu tempo ao trabalho, para que o patrão possa ter muito tempo e muito dinheiro para os filhos dele. 


Se acreditamos que alguém abre mão de sua dignidade trocando um emprego pela mendicância e pelos benefícios sociais admitamos que o salário-mínimo no Brasil é igualmente indigno.  


É indigno um trabalhador empregado ser despejado ou ter sua água e luz cortada porque o salário é insuficiente. É indigno um assalariado voltar a usar lenha pra cozinhar. 


A miséria é alarmante. 

Alarmemo-nos. 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Morre o maior defensor dos trabalhadores na igreja católica do Brasil


O cardeal e arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, morreu nesta segunda-feira (4), aos 87 anos, em decorrência de um câncer no pulmão. O corpo será velado na Catedral Metropolitana de São Paulo. O religioso se destacou pela defesa dos trabalhadores, pelo apoio aos sindicatos e por participar de greves como bispo encarregado da Pastoral Operária em todo o Brasil, além de sua atuação em prol dos povos tradicionais.


quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Você já é alguém

Estudar pra ser alguém na vida, trabalhar pra ser alguém na vida, ter dinheiro pra ser alguém na vida.

Cresci ouvindo essas frases.

Curioso é que o meu avô, o homem que mais admirei na vida, nunca frequentou escola, nunca teve um emprego e não acumulou riqueza.

Cristino Bento, que tinha Cristo e Bento, abençoado, no nome, leu muito a Bíblia, mas ia pouco às igrejas.

Não pregava religião mas seu exemplo comovia e guiava quem o conhecia. O seu jeito de viver e as palavras que saíam de sua boca iluminavam tudo à sua volta.

Ele entendia que ser alguém na vida é mais que estudar, trabalhar e correr atrás de bens materiais.


É necessário viver com sabedoria e amor à vida.

Para exemplificar eu lembro que uma vez, 40 anos atrás, uma pessoa o procurou e questionou sobre a homossexualidade de um parente, já que ele era um idoso que lia a Bíblia. “Não vai repreendê-lo converse com ele” Vovô respondeu: “Já conversei. Perguntei se ele estava feliz e satisfeito. Ele disse que está. Então estou também”.

Um dia precisamos ir buscar água em barris em poços longe de casa. Ele me sentou sobre os barris vazios que o nosso jumento transportava. Eu tinha 7 anos, achei divertido chicotear o animal para que andasse mais depressa. Ele perguntou “por que está maltratando o animal? Ele não lhe fez mal”. E me pôs no chão e completei a pé a viagem.

Quando ladrões de galinha invadiram seu galinheiro ele estava deitado numa rede no alpendre de casa e de lá não levantou. “Estão com fome. Quem rouba a gente tem sempre menos que nós. Menos recurso, ou talvez menos juízo e vergonha”. Hoje eu vejo que quem nos rouba realmente tem menos vergonha, ou nenhuma vergonha.

Então, voltando ao assunto “ser alguém na vida”, se nossos familiares nos ensinaram a respeitar as pessoas, os animais e a natureza, nós “já somos”.

E o estudo e o trabalho poderão apenas melhorar esse “alguém que já somos”.


José Luiz da Silva

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Trabalhar, estudar, lutar por igualdade de oportunidades


Para viver bem, mas não como os ricos. 


É obrigação de todos os cidadãos contribuir para que haja um planeta para os nossos netos. 
Lutar por justiça social, garantir a diminuição da desigualdade. 

Estudar, trabalhar e viver bem. Mas nunca como os ricos. 

As pessoas que tem muito dinheiro tem coisas materiais que não temos. 
Podemos desejar ter e devemos lutar para garantir o acesso a coisas materiais indispensáveis.

Podemos até querer ter coisas que atualmente somente os ricos tem. 
Mas não devemos pensar como eles e nem ser como eles.

Os ricos são poucos criativos. Empenham-se em acumular coisas. Ter mais do mesmo.
Precisam de uma TV e tem 10, uma em cada cômodo da casa e nem ligam.
Tem vários smartphones, tablets, notebooks, etc. 
Tem vários carros, barcos, lanchas.

O planeta não suporta isto.
O consumo irracional gera muita poluição, desde a fabricação dessas coisas, 
bem como durante o uso e no posterior descarte.

Precisamos garantir que exista aqui um planeta quando nossos netos e bisnetos nascerem.

Os ricos não estão preocupados com isso. Mas eles são poucos.
Nós ainda podemos salvar o planeta.

Carros, por quê? Para quê?

Poluição, conflitos no trânsito e alto custo dos combustíveis e estradas provam que o mais racional e sustentável continua sendo o transporte coletivo


O prazer de levar um carro aos nossos encontros subverte o valor dos automóveis. Os meios de transporte deveriam apenas nos levar onde queremos ir. Mas o ser humano, principalmente os homens, veem nos carros um meio de ostentação ou de compensar as suas fragilidades e deficiências que optou por não reconhecer e tratar.

Isso seria menos problemático se não provocasse tantos males à sustentabilidade do planeta. São muitos os danos causados pela poluição do ar, do solo e da água que os carros geram desde a sua fabricação. As fábricas de carros e de autopeças geram poluição, os veículos em circulação poluem ainda mais e geram subprodutos, sem contar que o descarte de tudo que é relacionado aos carros continua a poluir por tempo indeterminado.

Os meios de transporte coletivo também poluem. Mas se calcularmos a quantidade de poluição que geram em relação a quantidade de indivíduos transportados, constataremos que o deslocamento utilizando meios coletivos é a única solução imediata para o problema. Pelo menos até recuperarmos hábitos saudáveis como caminhar e pedalar.

Bancária vítima das enchentes em São Paulo paga 144 reais por água e dois biscoitos

O lucro acima de tudo em um momento de tragédia   É a pr ova irrefutável de que o capitalismo é a pior invenção de todos os tempos. Eventos...